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Labuta da madrugada


Mal o hoje vira o amanhã, e já se escuta os primeiros murmúrios do estrondoso dia que se aproxima. Sonhos breves são tomados de assalto pela invasão do real. És o terceiro de uma geração forjada pela labuta da madrugada. O mundo te chama, já passa das duas, as coisas não se farão por se só. O mundo trabalha e tu és a força que o alimenta. Levanta-te que ELE tem fome.

Série de fotos tiradas na feira de Goianinha. Registrando o cotidiano, a cultura, e o comercio de uma antiga profissão que sobrevive até hoje em diversos cantos do mundo. O feirante.

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O Barquinho


O Barquinho
Nara Leão
Composição: Roberto Menescal

Dia de luz, festa de sol
E o barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão, o amor se faz
No barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar
E o sol Beija o barco e luz
Dias tão azuis Volta do mar, desmaia o sol

E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
E o barquinho, coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz
Tudo isso traz
Uma calma de verão
E então
O barquinho vai
E a tardinha cai
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A fonte


Forma e representação falam por si em um bom trabalho de design gráfico. Essa é minha tentativa.
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Escute o seu Coração


Forma e representação falam por si em um bom trabalho de design gráfico. Essa é minha tentativa.
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Amada Kelly


Bela praia de águas calmas e ventos fortes. Localizada a aproximadamente 100 km de Natal – RN. Reduto de praticantes de esportes eólicos, e veranistas apaixonados pela praia aconchegante com seu clima familiar.

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Flor de Sangue


O Inimigo

A mocidade foi-me um temporal bem triste,
Onde raro brilhou a luz d'um claro dia;
Tanta chuva caiu, que quase não existe
Uma flor no jardim da minha fantasia.

E agora, que alcancei o outono, alquebrantado,
Que paciente labor não preciso — ai de mim! —
Se quiser renovar o terreno encharcado,
Cheio de boqueirões, que é hoje o meu jardim!

E quem sabe se as flor's ideais que ora cobiço
Iriam encontrar no chão alagadiço
O preciso alimento ao seu desabrochar?

Corre o tempo veloz, num galope desfeito,
E a Dor, a ingente Dor, que nos corrói o peito,
Com nosso próprio sangue, a crescer, a medrar!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães
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Luz Solar



Tirar fotos ao meio-dia é uma coisa complicada quando se trata da cidade do sol, devido a incidência da luz e seu ângulo de inclinação que é quase zero. Esses fatores geográficos fazem com que quase todas as fotos saião subexposta ou superexposta, quase sempre resultados extremos, nunca o intermediário. Mas com um tratamento minucioso, e a conversão da foto para o P&B pode-se conseguir resultados bem agradáveis.
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A conquista do tempo



A saga da conquista do tempo

Abram-se caminhos, pois ele irá passar.
Abram-se portas, túneis, pontes, trincheiras.

Abram-se os olhos daqueles que não vêem
E os corações dos que não sentem.

Ele conquistará o pico do mundo,
Saltará e voará com as asas da sua imaginação.
Conquistando todos os céus, Soberano sobre todas as terras.

Inverterá todos os sentidos, sensações e significados.
Recriará o novo, reinventará o passado.

Sua História será a de tudo e de todos.
A História do tempo por ele mesmo.
Pois ele é o próprio tempo.
Possui todo o universo ao alcance da sua mente,
Conhece de perto as proporções do infinito.
O limite não tem sentindo não conhece o significado do fim.

FIM
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Moléculas



Moléculas de cor fundem-se em sonhos coloridos. Perdemo-nos nesses sonhos quando criança, e os perdemos quando adultos. Crescer é a maior dialética da vida. O mundo imagético dar lugar ao Pós-histórico, e imagens vira símbolo. Deixamos de imaginar para decifrar. É quando o mundo perde toda sua mágica.
A vida não passa de uma crônica da humanidade.
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Molotov



Em um tempo de tenebrosas trevas surgiram espíritos que carregavam consigo a flamejante luz da liberdade.

"Chega de leis! Chega de juízes! Liberdade, igualdade e simpatia prática humana são as únicas barreiras eficientes que podemos opor aos instintos anti-sociais de alguns de nós.” (Peter Kropotkin, Lei e Autoridade (1886)

Bravamente eles lutaram.

"Só fica escravo aquele que tem medo de morrer" Zumbi

Saiu uma bola de luz das mãos de um espírito livre, de repente todo o mal virou ruínas, e das suas cinzas, magicamente, ergueram-se mirantes do paraíso.

"O espírito destruidor também é construtor!" Bakunin
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Meduza



O ROSTO DA MEDUSA
Há um campo-de-força a aprisionar o fluxo do córrego do seio natal:
Ele soçobra o plasma da alegria do primo do mar,
Fazendo com que suas veias ressequem
E, paulatinamente, o vórtice da misantropia
Incida sobre o chão da órbita de seu jardim de esperanças contínuas,
Anoitecendo-lhe, para sempre, o sol da estação da vida.

Ostento toda a solidez da minha verve
Para engendrar ardis,
Visando suplantar a inexpugnável fortaleza intangível,
E libertar o aquoso diamante hialino de seu cárcere possessivo
A fim de que eu possa contemplar
O luminoso reflorescer do garboso movimento
Em toda majestosa magnanimidade do seu viço.


No entanto, o campo-de-força me derrota,
Golpeando-me com jabs de silêncio
E diretos da inércia impiedosa
.
Sob o olhar da medusa sem forma,
Entrego-me ás malhas da rede do sofrimento,
Esperando o ocaso de minha clânica era,
Deitado no amplo lombo fleumático
Do unicórnio do inefável oceano de mágicos vocábulos:
Para mim, nunca decréptos!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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Na Casa Defronte



Fascina-me o que as lesões do tempo nas suas portas têm a suspirar. Tantas Histórias nas suas portas se eternizaram, e quantas hão de passar. Momentos de outros esquecidos que, assim como eu, dançaram com os momentos uma dança de compasso lento. Tantas estações viu migrar, sofreste com as intempéries do tempo: vento, chuva, sol... Tanta flor viu murchar; o sol nascer em um lindo alvorecer de paz, banhado no mais cristalino orvalho. Quantas vezes viu o florescer das primeiras flores da primavera.

Hoje os que passam por ti não escutam seus lamentos de velha moribunda.

Na Casa Defronte

Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!

Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não sou eu.

As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.

As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.

Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.

Que grande felicidade não ser eu!

Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.

Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada! Não sei...
Um nada que dói...

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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